Você alguma vez orou para Deus te ajudar a ser mais pobre? Não?!
Afinal, ninguém quer ser pobre, não é mesmo?
Mas Jesus disse que dos pobres será o Reino dos Céus.
Vamos conferir? ;)
Já no comecinho do primeiro livro do Novo Testamento, bem no capítulo 5, verso
3, vemos um dos ensinamentos mais arrebatadores de Jesus:
“Bem-aventurados
os pobres de espírito, pois deles é o reino dos céus”. Mt 5.3
Deles é o
que?!
Foi isso
mesmo o que você ouviu – ou melhor – leu. O reino dos céus pertence às pessoas
que são pobres de espírito.
Um dos
primeiros discursos de Jesus em seu ministério público foi o famoso “sermão do
monte”. Não obstante, foi exatamente nesse sermão que Ele pregou essa mensagem
sobre a pobreza de espírito que tem se tornado tão polêmica ultimamente. Como Jesus sabia o que era mais
importante ensinar, Ele não perdeu tempo e foi direto ao ponto revelando a
necessidade mais básica do homem:
A necessidade de buscar a Deus.
A necessidade de buscar a Deus.
Se você
ainda não sabe – espero que saiba – o termo “bem-aventurado” significa:
Feliz, muito feliz, felicíssimo, o mais feliz de todos, transbordando de felicidade.
Está bem,
está bem. Eu já entendi. O cara é bastante feliz!
Sim, isso
mesmo. Mas o buraco é beeeeeeeem mais embaixo do que você pode imaginar. Jesus
estava se referindo a uma felicidade profunda e permanente, e não apenas a uma
“experiência emocional passageira”.
Você já
ficou feliz ao ganhar um presente? Claro que sim.
Você já
ficou feliz em um momento ótimo da sua vida? Claro que sim.
Está feliz
com isso ainda? Suponho que não.
Essa
felicidade provavelmente acabou depois que os efeitos daquela sensação
terminaram. Quando você ganha um presente que você tanto quer, você alcança
certo nível de carga de felicidade. Ela pode durar minutos, horas ou dias. Mas
uma hora ela acaba. E a tristeza e o vazio voltam a dominar seu coração. Tudo
volta como era antes. Essa é a felicidade do mundo. Limitada.
Mas não é a
que Jesus oferece.
Jesus estava
falando de uma felicidade que não depende de momento nem de experiência. Ele não estava se referindo a uma felicidade passageira. Ela se
referia a algo mais constante e equilibrado.
Essa
felicidade representa uma das necessidades primordiais para o ser humano, mas
poucos são os que realmente a experimentam.
Mas aí você
me pergunta:
Bruno, como
eu consigo essa felicidade constante que nunca acaba?
Aha! Boa
pergunta!
Bom, eu não
tenho a resposta. L
Desapontado?
Não tem
problema. Eu sou humano. Humanos sempre desapontam um ao outro. Mas tem um que nunca
vai te desapontar. E é Ele quem tem a resposta. Vamos ver?
Antes de
tudo, vamos dar uma rápida olhada para aprendermos o que Jesus fala sobre o
espírito. O nosso espírito é a parte que nos faz sensíveis à comunicação com o
Espírito Santo de Deus. É a parte do homem que lhe permite perceber, refletir,
desejar e sentir. Essa é a única parte que determina como o homem é diante de
Deus.
Até aqui
tudo bem?
Agora, todo
mundo sabe o que significa ser “pobre”, não sabe? Bem, o pobre é aquele que
carece de recursos. É um necessitado. Aquele que sabe que tem pouco para oferecer a
si mesmo. Alguns dizem que no grego a palavra “pobre” tem o mesmo significado
que a palavra “mendigo”. Bom, se isso for verdade, podemos a partir de agora
trocar uma palavra pela outra.
De maneira
geral, o mendigo é o mais pobre dos pobres. Ele não tem onde cair morto. É
totalmente necessitado dos outros. Podemos então rescrever o texto de Mateus
5.3 como “Muito felizes são os mendigos de espírito”.
A verdade é
que geralmente nutrimos na nossa mente uma certa sensação de desprezo por quem
é mendigo. Ninguém quer ser mendigo, quer? Segundo a opinião pública, a
mendicidade não é considerada normal, muito menos algo bom. Quem é mendigo é
porque é amaldiçoado ou porque tomou escolhas erradas na vida.
Então por
que Jesus disse que os mendigos de espírito terão o reino dos céus, ora essa?!
Calma,
calma. Já já você vai ligar os pontos.
Infelizmente,
para a nossa surpresa, Jesus nos ensina que uma das condições para se chegar no
reino dos céus é mendigando.
Quê?!
Pensa
comigo, como é que um mendigo se atreve a pedir ajuda? Ele não tem vergonha?
Bom, ele
provavelmente tem sim. Mas o que ele pode fazer? Se ele não pedir, ele não irá
morrer de fome? Que escolha ele tem? O mendigo entende a sua total dependência
de sobreviver às custas dos outros. Ele sabe que sem essa ajuda ele não
sobrevive. Ele compreende totalmente que sua existência depende do auxílio de
alguém. Então, ele pede.
Pede.
Pede.
Pede.
Pede.
Até que alguém lhe dê.
Pede.
Pede.
Pede.
Pede.
Até que alguém lhe dê.
Por que
olhamos com desprezo a mendicidade? Simples.
Porque temos orgulho de sermos independentes e suprirmos a nossa própria
necessidade sem a ajuda de ninguém. Não queremos – e não gostamos – de depender
dos outros. A pessoa que não consegue prover
para si mesma é considerada incompetente. Nós, seres humanos, cremos que
temos “independência”. Que podemos fazer o que quisermos.
Aqueles que
não têm nenhum recurso financeiro, consegue entender muito bem o que é ter que “mendigar”.
Um mendigo financeiro mendiga “dinheiro”, um mendigo de espírito mendiga “saúde
espiritual”.
Opa. Agora
começou a fazer sentido!
Mutias vezes
tentamos alcançar as bênçãos espirituais com a mesma autossuficiência que buscamos as coisas materiais.
“Eu posso
buscar a Deus sozinho”
“Eu consigo
ser mais espiritual sozinho”
“Se eu fizer
isso, serei mais espiritual e santo”.
Não. Você
não consegue nada disso sozinho. A verdade
aqui é que temos que nos aproximar de Deus como mendigos. A nossa oração a Deus
deve ser a seguinte:
“Senhor, não
tenho o que necessito e dependo inteiramente de ti para obter o que é
necessário para me alimentar espiritualmente.. Não tenho outra saída. A única
opção que tenho é “mendigar” perante o Senhor"
Todo recurso
espiritual vem do Senhor. Tudo o que Ele nos dá, vem dEle porque pedimos a Ele.
Isso é ser
pobre de espírito. Reconhecer que dependemos inteiramente dEle para nos suprir
com sua graça e misericórdia diariamente e não buscar essas virtudes em lugar
algum a não ser nEle.
Pedindo.
Mendigando.
Implorando até Ele nos dar.
Pedindo.
Mendigando.
Implorando até Ele nos dar.
Mas será que
Deus quer mesmo que peçamos a Ele como mendigos? Vamos ver
alguns exemplos de “mendigos” na Bíblia:
Disse-lhes também: Qual de vós terá um amigo, e, se for
procurá-lo à meia-noite, e lhe disser: Amigo, empresta-me três pães,
Pois que um amigo meu chegou a minha casa, vindo de caminho,
e não tenho que apresentar-lhe;
Se ele, respondendo de dentro, disser: Não me importunes; já
está a porta fechada, e os meus filhos estão comigo na cama; não posso
levantar-me para tos dar;
Digo-vos que, ainda que não se levante a dar-lhos, por ser
seu amigo, levantar-se-á, todavia, por causa da sua importunação, e lhe dará
tudo o que houver mister.
E eu vos digo a vós: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e
achareis; batei, e abrir-se-vos-á;
Jesus nos conta uma história onde um amigo vai pedir pão para o outro amigo.
Infelizmente, o dono da casa não está com vontade de ajudar. Ele está com sono
e cansado. Mas, se o amigo implorar, insistir, mendigar, uma hora certamente
ele receberá.
Essa é a
atitude de que Deus requer de nós em relação à nossa vida espiritual. Ele quer
que peçamos insistentemente.
Conheço um relato bonito do livro "As Crônicas de Nánia" do C.S.Lewis:
- Se
Deus já sabe o que precisamos antes
mesmo de pedirmos, por que ele faz questão que peçamos?
- Bom, acho
que ele gosta de nos ouvir pedir.
A condição
de sermos mendigos de espírito é requisito para entrarmos no Reino do Céus.
A maioria
das pessoas confia em sua própria religião ou nas “coisas boas” que fazem e raramente
reconhecem a necessidade de ser mendigos de espírito. Vamos dar uma olhada em
mais um exemplo prático:
Uma mulher
cananéia, natural dali, veio a ele, gritando: "Senhor, Filho de Davi, tem
misericórdia de mim! Minha filha está endemoninhada e está sofrendo muito".
Mas Jesus não lhe respondeu palavra. Então seus discípulos se aproximaram dele e pediram: "Manda-a embora, pois vem gritando atrás de nós".
Ele respondeu: "Eu fui enviado apenas às ovelhas perdidas de Israel".
A mulher veio, adorou-o de joelhos e disse: "Senhor, ajuda-me! "
Ele respondeu: "Não é certo tirar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos".
Disse ela, porém: "Sim, Senhor, mas até os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos".
Jesus respondeu: "Mulher, grande é a sua fé! Seja conforme você deseja". E naquele mesmo instante a sua filha foi curada.
Mateus 15:22-28
Mas Jesus não lhe respondeu palavra. Então seus discípulos se aproximaram dele e pediram: "Manda-a embora, pois vem gritando atrás de nós".
Ele respondeu: "Eu fui enviado apenas às ovelhas perdidas de Israel".
A mulher veio, adorou-o de joelhos e disse: "Senhor, ajuda-me! "
Ele respondeu: "Não é certo tirar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos".
Disse ela, porém: "Sim, Senhor, mas até os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos".
Jesus respondeu: "Mulher, grande é a sua fé! Seja conforme você deseja". E naquele mesmo instante a sua filha foi curada.
Mateus 15:22-28
Oh, eis aí
uma bela mendiga espiritual! Ela precisava de Jesus. Somente dEle. Mas Ele se
recusou a atendê-la. O que ela iria fazer? Dar as costas e ir embora?
E tinha
outra pessoa que podia ajudá-la?
Jesus
era o único que tinha poder para
curá-la. Não havia outra opção. Não havia plano B. A única saída dela era se
humilhar. Se rebaixar ao menor nível. Mesmo sendo chamada de “nada”, ela
continuou implorando.
Imagine se
um mendigo te aborda na rua pedindo dinheiro e você o repreende da seguinte maneira:
- Sai p'rá lá, seu nojento!
Certamente o
mendigo irá ficar furioso com você e ir embora.
Mas, um
mendigo verdadeiramente humilde e que reconhece que está nos últimos momentos
de sua vida, diria:
- Senhor, tudo
o que você disse é verdade. Sou um nojento. Não tenho onde cair morto. Sou um
miserável. Estou aqui por minha própria culpa. Estou pagando pelos meus erros.
Mas, confesso, não tenho outra saída a não ser implorar pela sua ajuda. Ou você
me ajuda, ou morrerei. E continuarei implorando até você me dar. Ou morrerei
aqui tentando.
Oh, esse é
um argumento que convenceria qualquer pessoa a enfiar a mão no bolso e tirar
algumas moedinhas, não acha?!
Foi isso o
que essa mulher fez.
- Senhor,
tem razão. Sou uma cachorrinha. Não tenho valor nenhum. Mas, mesmo estando
nessa condição, não me envergonho de vir aqui implorar por sua ajuda. Pois, sem
ti, meu problema não tem solução.
Tem como Jesus
recusar um argumento desse?!
Essa mulher
entrou na presença de Jesus pecadora e saiu dela com todos os seus pecados
perdoados.
Como ela
conseguiu isso?
Mendigando.
Mostrando
pobreza, dependência e insuficiência de espírito. Reconhecendo que se Jesus não
a ajudasse, ela não teria nenhum outro lugar para pedir ajuda. Ou Ele a ajudava
ou Ele a ajudava. Não havia outra opção.
Para finalizar,
vamos ver só mais um exemplo de mendigo de espírito. Vamos estudar rapidamente
o cego Bartimeu.
Então
chegaram a Jericó. Quando Jesus e seus discípulos, juntamente com uma grande
multidão, estavam saindo da cidade, o filho de Timeu, Bartimeu, que era cego,
estava sentado à beira do caminho pedindo esmolas.
Quando ouviu que era Jesus de Nazaré, começou a gritar: "Jesus, Filho de Davi, tem misericórdia de mim! "
Muitos o repreendiam para que ficasse quieto, mas ele gritava ainda mais: "Filho de Davi, tem misericórdia de mim! "
Jesus parou e disse: "Chamem-no". E chamaram o cego: "Ânimo! Levante-se! Ele o está chamando".
Lançando sua capa para o lado, de um salto, pôs-se de pé e dirigiu-se a Jesus.
"O que você quer que eu lhe faça? ", perguntou-lhe Jesus. O cego respondeu: "Mestre, eu quero ver! "
"Vá", disse Jesus, "a sua fé o curou". Imediatamente ele recuperou a visão e seguia a Jesus pelo caminho.
Marcos 10:46-52
Quando ouviu que era Jesus de Nazaré, começou a gritar: "Jesus, Filho de Davi, tem misericórdia de mim! "
Muitos o repreendiam para que ficasse quieto, mas ele gritava ainda mais: "Filho de Davi, tem misericórdia de mim! "
Jesus parou e disse: "Chamem-no". E chamaram o cego: "Ânimo! Levante-se! Ele o está chamando".
Lançando sua capa para o lado, de um salto, pôs-se de pé e dirigiu-se a Jesus.
"O que você quer que eu lhe faça? ", perguntou-lhe Jesus. O cego respondeu: "Mestre, eu quero ver! "
"Vá", disse Jesus, "a sua fé o curou". Imediatamente ele recuperou a visão e seguia a Jesus pelo caminho.
Marcos 10:46-52
Isso é o que
eu chamo de mendigar! Não leia o relato tão rápido. Há muitos tesouros para serem escavados ali!
O cego
Bartimeu reconhecia que precisava de Jesus. Ele gritava “Jesus”, mas a multidão
o repreendia.
- Cala a
boca, cego idiota!
- Jesus, me
cura!
- Fica
quieto, cego imundo!
- Jesus, eu
preciso de ti!
- Cai fora,
seu mendigo imundo!
Foi então
que, com suas palavras encantadoras, “Filho de Davi”, reconhecendo que Jesus
era realmente o messias prometido, Jesus o ouve. Perceba que Jesus só responde na segunda vez.
-Chamem-no! - Disse Jesus.
Aha, agora
ele conseguiu a atenção de Jesus! Bastou insistir apenas um pouquinho. Bastou
apenas mendigar sua atenção.
Ele
conseguiu.
É isso que
Deus requer de nós. Que mendiguemos sua atenção. Sua graça. Seu espírito. Que o
busquemos continuamente reconhecendo que Ele é TUDO de que precisamos e, sem
Ele, nada poderemos fazer.
Isso é ser
pobre de espírito.
1) Reconhecer a
nossa dependência total dEle continuamente;
2) Buscarmos sua
presença e seu espírito mais profundamente;
3) Não
confiarmos jamais em nossas próprias forças;
Se você foi
edificado com essa palavra, irmão, por favor, compartilhe ou deixe algum
comentário.
Deus te
abençoe.
Excelente artigo, Bruno! Infelizmente, é natural ansiarmos pela autossuficiência. Não queremos ter que depender de ninguém, nem de Deus! Desde o Éden queremos controlar, "mandar na nossa vida". Acabamos nos esquecendo "no meio do caminho" que não somos donos de nada: nem da nossa vida (que Ele dá e Ele toma quando quiser), nem dos nossos dons/talentos/bens (tudo é dEle, apenas somos mordomos), nem de nossos diplomas, conquistas... Enfim, quando nos lembramos de que a vida não nos pertence, e que estamos aqui de passagem, fica mais fácil nos quebrantar, render e submeter a Deus. Apenas quando reconhecemos nossa pobreza e insuficiência é que podemos depender de Sua riqueza e suficiência. Por que realmente dEle, por Ele e pra Ele são todas as coisas, inclusive nós, e tudo que somos e temos (família, amigos, dons, bens, e tudo mais).
ResponderExcluirVerdade. Aprender a depender de Deus também é uma disciplina que temos que praticar. Faltou essa no livrinho "Disciplinas Espirituais". rs
ExcluirMuito lindo.
ResponderExcluirObrigado, meu amor. :) Realmente, os exemplos que usei são todos lindos e demonstram o quanto pessoas comuns como eu e você buscaram a Jesus profundamente até eles lhes dar o que eles necessitavam. Eu preciso ser mais "pobre de espírito" :)
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