5.7.19

Resenha #157: Em Cristo para Sempre - William Macdonald - Editora Chamada de Meia-Noite

É possível perder a salvação? Quando um crente peca, ele vai para o inferno? Se somos uma vez salvos, salvos para sempre, podemos continuar pecando à vontade que iremos para o céu mesmo assim?

Então, vamos conferir?



Título: Em Cristo para Sempre
Autor: William Macdonald
Editora: Chamada da Meia-Noite
Gênero: Teologia
Páginas: 205
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5 Estrelas


Sinopse

Existem basicamente duas crenças no mundo: há os que crêem que podem salvar a si mesmos e há os que crêem que necessitam de um Salvador. Somente o Cristianismo oferece um Salvador. E somente o Evangelho cristão garante um lugar na casa do Pai, para aqueles que crêem nEle, pois a Salvação vem do Senhor e de ninguém mais! 
Nessa área há muitos cristãos que são atormentados com dúvidas. Se há dúvidas quanto à certeza da salvação, você perde a alegria. Se você perde a alegria, também perde sua força espiritual. O autor nos leva diretamente ao problema e cuidadosamente nos apresenta - na Palavra de Deus - o antídoto contra essa incerteza espiritual, de maneira compreensível e objetiva.



Resenha

Esse foi um dos melhores livros do William Macdonald com o qual já tive contato. Ele trata do tema "segurança da salvação" e entra no debate eterno que cristãos de várias denominações travam: Uma vez salvo, salvo para sempre, ou uma vez salvo, salvo temporariamente?
Vou citar nessa resenha todo o capítulo 27 do livro. Ele testifica um dos argumentos cruciais a respeito da segurança do cristão. Foi o melhor capítulo de todos, na minha opinião. 
Vamos lá!
(Capítulo 27)
Um dos versículos mais problemáticos em relação à questão da segurança eterna é Apocalipse 3.5:
O vencedor será assim vestido de vestiduras brancas, e de modo nenhum apagarei o seu nome do Livro da Vida; pelo contrário, confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos”.
As palavras “de modo nenhum apagarei o seu nome do Livro da Vida” parecem implicar a possibilidade de que aqueles que não vencerem serão apagados. De início isto levanta duas perguntas: 
“O que é um vencedor?” e “O que é o Livro da Vida?”
A definição básica de um vencedor se encontra em 1 João 5.4-5: ele é aquele que vence o mundo.
Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé. Quem é que vence o mundo, senão aquele que crê ser Jesus o Filho de Deus?
Nestes versículos, os vencedores são aqueles que nasceram de Deus, que creem que Jesus é o Filho de Deus – em outras palavras, são os cristãos genuínos.
A passagem de 1 João 5.4-5 é às vezes citada para dar sustentação à visão condicional. Não vejo nada aqui que possa substanciar isto, a menos que seus defensores apelem para o tempo presente do verbo “crer” e insistam em que ele quer dizer uma ação contínua. Em outras palavras, o que vence o mundo deve crer e seguir crendo. E necessariamente segue que uma pessoa só é nascida de Deus se persistir em crer.
De acordo com isto, uma pessoa pode nascer de Deus, depois tornar-se não nascido (uma ideia bizarra), e depois nascer espiritualmente de novo. Aparentemente não há limite para o número de vezes que este ciclo pode se repetir. É como se as Escrituras ensinassem que: “Você deve nascer de novo, e de novo, e de novo”. A Bíblia não fala nada parecido com isto.
O que os versículos ensinam, sim, é que a fé capacita o crente nascido de novo a vencer o mundo ao ver através de seu brilho e seu vazio, ao perceber que ele está em inimizade com Deus e Seu povo e ao temer seus elogios, mas não sua carranca. Ele não espera ser tratado melhor que seu Senhor foi.
Um santo genuíno continua a crer, sim, não como condição para a salvação, mas como característica de sua nova vida. Três vezes o apóstolo João se dirige aos jovens da família de Deus como os que venceram o Diabo (1 Jo 2.13-14; 4.4a). Mas eles não o fizeram baseados em sua própria força, mas pelo poder dAquele que habita neles (1 Jo 4.4b).
Agora nos voltamos para nosso versículo original em Apocalipse. Observe as promessas que são feitas a um vencedor, aqui e em outros lugares no livro: Ele comerá da Árvore da Vida (2.7); não será ferido pela segunda morte (2.11). (Como a segunda morte é o lago de fogo e como apenas os incrédulos serão feridos com a segunda morte (Ap 20.14), todo vencedor é um verdadeiro filho de Deus.) Ele comerá do maná escondido (2.17); receberá poder sobre as nações (2.26); será vestido com vestiduras brancas (3.5a); será coluna no templo de Deus (3.12); sentar-se-á com Cristo em Seu trono (3.21); herdará todas as coisas, Deus será seu Pai e ele será filho de Deus (21.7)
Tomando todas essas passagens juntas, aprendemos não apenas que todos os vencedores são crentes, como também que todos os crentes são vistos como vencedores.
John MacArthur explica:
“Aquele que venceu” e expressões paralelas são comuns nos escritos de João. O apóstolo João tranquilamente usa “vencedor” como sinônimo para crente. Por sua definição, todos os cristãos são finalmente “vencedores”. ...Portanto, não existe algo como um crente que não é um vencedor, neste sentido”.[1]
Agora vamos considerar o Livro da Vida. Os nomes dos companheiros de Paulo estão no Livro da Vida (Fp 4.3). Os nomes dos que adoram a besta vinda do mar não têm seus nomes no Livro da Vida do Cordeiro (Ap 13.8). Os que não estão registrados no Livro da Vida são jogados no lago de fogo (Ap 20.15). Apenas aqueles cujos nomes estão escritos no Livro da Vida do Cordeiro entrarão na Nova Jerusalém (Ap 21.27).
Verificando tudo isso junto, fica claro que o Livro da Vida é um registro de todos os redimidos. (Em algumas versões da Bíblia, o Livro da Vida é mencionado em Apocalipse 22.19, mas os manuscritos mais autênticos usam “Árvore da Vida” nesse versículo.)
Então, agora voltamos ao problema básico: O Senhor diz, em Apocalipse 3.5, que Ele não apagará do Livro da Vida os nomes dos vencedores. Será que isto não implica que os nomes de alguns crentes poderiam ser apagados?
Primeiramente, não devemos construir uma doutrina baseados naquilo que poderia estar implícito. É melhor usarmos as afirmações diretas.
Depois, deveríamos saber que o oposto de uma afirmação nem sempre está implícito ou é verdadeiro. Por exemplo, eu poderia dizer: “Se eu estou em Jerusalém, então sei que estou em Israel”. O oposto seria: “Se eu não estou em Jerusalém, então sei que não estou em Israel”. Isso não é verdade. Você poderia estar em Haifa ou em Tel Aviv.
Na verdade, a promessa do Senhor de que Ele não apagaria os nomes dos crentes é uma promessa sobre a segurança eterna deles. Se Ele não lhes apagar o nome, então eles permanecem no Livro da Vida. Em vez de tomarmos Suas palavras para implicar uma possibilidade agourenta, é melhor que as tomemos como um enunciado positivo sobre o que Ele não irá fazer.
Eles, pois, o venceram por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho que deram e, mesmo em face da morte, não amaram a própria vida” (Ap 12.11).
Isto descreve os santos do Período da Tribulação, que haviam sido ameaçados de morte se não negassem sua fé. Eles haviam vencido o Diabo pelo sangue do Cordeiro. O sangue vertido de Cristo satisfez todas as acusações que Satanás poderia trazer contra eles. E eles haviam vencido pela palavra de seu testemunho. Eles não retirariam sua confissão de Cristo, nem que isso significasse morrerem como mártires. Eles “não amaram a própria vida”. É difícil entender como este versículo apoia a salvação condicional e, mesmo assim, ele ainda é às vezes usado para tal propósito.
Apocalipse 17.14 contém a palavra vencer, mas desta vez ela se refere ao Senhor:
Pelejarão eles contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, pois é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão também os chamados, eleitos e fiéis que se acham com ele”.
Este versículo antecipa Apocalipse 19.19-21. No segundo advento de Cristo, os dez reis mencionados em Apocalipse 17.12-13 tentarão impedir o Cordeiro de assumir o domínio mundial. Unido com os exércitos celestiais de todos os redimidos, Ele os vencerá (Ap 17.14). As palavras chamadoseleitos e fiéis só podem ser aplicadas aos santos. Aqui eles são os santos que vieram do céu com o Cordeiro (Ap 19.14, 21b). Logo, não existe nenhuma chance de que eles percam a salvação se não forem fiéis.
Vamos considerar mais uma passagem que fala sobre vencer:
O vencedor herdará estas coisas, e eu lhe serei Deus, e ele me será filho. 8 Quanto, porém, aos covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos impuros, aos feiticeiros, aos idólatras e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte (Ap 21.7-8).
Existem apenas duas classes: os salvos e os perdidos. O versículo 7 descreve os salvos. Todo o restante (v. 8) são os perdidos. Não somos salvos por vencermos. Vencemos porque somos salvos. Aquele que vence herda todas as coisas: a vida eterna está incluída em todas as coisas. Deus tornou-se nosso Pai e nós nos tornamos Seus filhos e filhas quando confiamos em Cristo. Mas as palavras “Serei vosso Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas”, descrevem uma intimidade maior de relacionamento.
Aqui termino o extrato do capítulo 27 e aproveito para abordar outros dois parágrafos de outros capítulos que me ajudaram muito:
Aqueles que creem na salvação condicional negam que a salvação final acontece em um ponto no tempo, insistindo que ela é um processo condicionado ao homem cumprir determinados requisitos. Isso conflita com as palavras de Jesus em João 10.9: "Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará, e sairá, e achará pastagem". Só temos que entrar pela porta uma vez. Esta não é uma teologia de porta giratória.
Mas você pode se perguntar: E se uma pessoa comete pecados gravíssimos?
Infelizmente um crente pode cometer qualquer pecado contra o qual ele foi admoestado no Novo Testamento. E se qualquer um desses pecados não for confessado, ele irá suscitar a disciplina do Senhor e impedirá a pessoa de entrar no lugar de bênçãos. Se a vida de alguém for dominada pelo pecado, se seu estilo de vida é habitual e caracteristicamente pecaminoso, é prova de que ele nunca foi cheio do Espírito Santo. Ele nunca nasceu de novo. Um cristão pode ter um pecado constante que ele agoniza por superar, mas isso é bastante diferente de uma vida de pecados com total consentimento da vontade.
Concluo essa resenha deixando clara a minha posição a favor da segurança eterna do cristão. A bíblia fornece argumentos sólidos para essa interpretação, e me recuso a acreditar que o homem pode perder a salvação e não ser mais considerado um filho de Deus por qualquer pecado que ele venha cometer. É isso o que a palavra de Deus nos ensina e é nisso que devemos crer. Aleluia!





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