Ouve, ó Israel! O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor.
Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de
toda a tua alma, e de todas as tuas forças.
Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de
toda a tua alma, e de todas as tuas forças.
Os mandamentos que hoje te dou serão gravados no teu coração.
Tu os referirás a teus filhos, e deles falarás, seja sentado em tua casa,
seja andando pelo caminho, ao te deitares e ao te levantares.
seja andando pelo caminho, ao te deitares e ao te levantares.
E as atarás como sinal tua mão, e os levarás como uma faixa frontal diante dos teus olhos
Tu os escreverás nos umbrais e nas portas de tua casa.
Emocionante, não acham?
Não?
Então leiam de novo. :)
Não?
Então leiam de novo. :)
Um conto judaico?
Sim, um conto judaico, meu caro. Um bom e velho conto judaico. Contos judaicos (e acho que já estou usando demais essa palavra!) são repletos de mensagens positivas sobre a vida, Deus e sobre a esperança. São uma fonte de sabedoria milenar. Não é à toa que os hebreus nos deixaram dois livros cheios de sabedoria para a vida moderna (Provérbios e Eclesiastes).
Hoje eu vim trazer uma resenha de um dos livros favoritos da minha estante. Favorito por dois motivos: Primeiro porque adoro o projeto gráfico da capa que a editora usou para dar vida ao livro. A raposa contemplando avidamente uma vinha suculenta é a figura presente no quarto conto dessa antologia, intitulado "A Raposa e a Vinha". Ah, desculpa por usar um termo um tanto complicado. Uma antologia é uma coletânea de vários contos reunidos em um único lugar. (Não esquenta, eu também não sabia disso. Mas que isso fique entre nós, combinado? rsrs) Segundo porque eu comprei esse livro em um momento de dificuldade emocional pelo qual eu estava passando há alguns anos. Posso dizer claramente que esses contos me fizeram sorrir, gargalhar e me alegrar.
Vou falar uma coisa para vocês, eu gostei tanto desse livro que eu cheguei a dar um de presente para um pastor amigo meu que tem certa afeição pela cultura judaica. Escrevi uma dedicatória bem concisa e o presenteei em um domingo pela manhã. Ele ficou muito feliz ao recebê-lo, mas não tanto quanto depois de tê-lo lido. Lembro-me até hoje de uma mensagem pelo whatsapp que ele me enviou:
- Irmão, obrigado mesmo pelo livro. Esse livro é muito bom!!!
Então, vamos conferir? ;)
O livro é basicamente composto de mais ou menos 90 contos diferentes. Os temas variam entre fé em Deus, esperança em um futuro melhor, amor ao próximo, caridade, resignação, sabedoria e humildade. Com uma escrita clara e concisa, o autor Malba Tahan realizou uma vasta pesquisa das melhores e mais belas estórias judaicas e as reuniu em um único volume.
É impossível acabar um conto sem querer ler o próximo.
Acho que o livro já fala por si só. Não acredito que nada do que eu fale, ou melhor, escreva aqui, vá transmitir a vocês os valores morais que eu recebi ao ler esse magnífico volume. Vamos conferir alguns contos, dentre eles, o meu preferido "A Raposa e a Vinha"?
A Raposa e a Vinha
O Rei Salomão, o mais sábio de todos os homens, lembra-nos de
sermos muito humildes, pois um homem vem a este mundo sem nada, e assim o
deixará, sem riquezas. Nossos sábios nos contam a seguinte parábola, para
que estas sábias palavras de Salomão permaneçam frescas em nossa memória:
Uma astuta raposa passava por um lindo vinhedo. Uma cerca
alta e espessa cercava a vinha por todos os lados. Ao circular ao redor da
cerca, a raposa encontrou um buraquinho, suficiente apenas para que ela
passasse a cabeça por ele. A raposa podia ver as uvas suculentas que cresciam
na vinha, e sua boca começou a salivar. Mas o buraco era muito pequeno para
ela.
O que fez então a esperta raposa?
Jejuou por três dias, até tornar-se tão magra que conseguiu
passar pelo vão.
No vinhedo, a raposa começou a comer à vontade. Ficou maior e
mais gorda que antes. Até que quis sair da plantação.
Ai dela! O buraco estava pequeno demais novamente. O
que poderia fazer? Jejuou então por três dias, até que conseguiu espremer-se
pelo buraco e passar para fora outra vez.
Voltando-se para olhar a vinha, a pobre raposa disse:
"Vinha, ó vinha! Como pareces adorável, e como são
deliciosas tuas frutas. Mas que bem me fizeste? Assim como a ti cheguei, assim
eu te deixo..."
E assim, dizem nossos sábios, também acontece com este mundo.
É maravilhoso, mas da mesma forma que um homem chega neste mundo com as mãos
vazias, assim o deixa. Apenas a Torá que estudou, as mitsvot que cumpriu, e as
boas ações que praticou são os verdadeiros frutos que poderá levar com ele
* * *
O Judeu e a Vaca
Um homem muito pobre vai até o rabino pedir um conselho e
relata que não aguenta mais as condições na qual sua família vive. Com dez
filhos, morando em um pequeno casebre composto de um único cômodo, o homem fala
de seu desespero ao ter crianças por todo lado e viver sem nenhum espaço. O
rabino ouve silenciosamente todas as mazelas do homem e, então, pergunta:
– “Acaso vocês possuem um vaca?”
– “Vaca?”, perguntou o homem, não compreendendo a conexão. –
“Sim, dispomos de uma vaca leiteira que nos supre de leite e derivados!”
“Muito bem. Isso é o que você vai fazer…”, disse o rabino
resoluto. – “Pegue a vaca e coloque-a para dentro da casa. Faça isso pelo
período de uma semana e, então, retorne.”
Incrédulo, o homem obedeceu. Passada a semana, ele retornou
ainda mais desesperado.
O rabino perguntou: – “Como está tudo?
-”Tudo que me faltava era aquela vaca fazendo necessidades na
casa e ocupando o pouco espaço que tanto disputávamos.”
– “Muito bem. Pois tire a vaca de agora em diante e retorne
em uma semana.” - disse o rabino, em tom sábio.
Finda a semana, o homem aparece com ar irreconhecível. Estava
descansado e eufórico. O rabino perguntou:
– “Como anda tudo?”
– “Nunca esteve tão bem. Desde o dia em que aquela vaca saiu
de nossa casa a vida mudou. Temos lugar para todos e descobrimos quão espaçosa
é nossa casa!
* * *
Deus é Ladrão.
Conta-se
que Adriano, o temido imperador, mandou, certa vez, viesse à sua presença o
sábio Gamaliel e, com o intuito de confundi-lo diante da corte, interpelou-o
desta forma:
-
Dize-me, ó judeu! - Aquele que rouba é ou não é um ladrão?
-
Sim - concordou o rabi Gamaliel. - Não há como negar a evidência: Aquele que
rouba é ladrão.
Ouvida
esta resposta, volveu o romano com rispidez:
-
Então o teu Deus é um ladrão, um trapaceiro, pois, segundo ensina o teu Livro
Santo, Deus fez dormir Adão, e durante o sono, furtou-lhe uma costela.
Nesse
momento, a jovem Raquel, filha do rabi, que ouvira o diálogo oculta atrás de um
reposteiro, surgiu de improviso na sala e, acercando-se do trono de César,
implorou aflita:
-
Senhor! Venho pedir justiça! Fui roubada! Miseravelmente roubada!
-
Como foi isso? - indagou surpreso o soberano.
-
Entrou um ladrão em minha casa, durante a noite, e furtou-me pequeno cântaro de
barro. E o trapaceiro deixou, no lugar, precioso vaso de ouro, cheio de rubis e
diamantes! Peço justiça!
-
Mas minha filha - ponderou o imperador, com malicioso sorriso - quem me dera um
ladrão assim, todas as noites, assaltando os meus aposentos e levando tudo o
que é meu! Esse homem não agiu como um ladrão, mas sim, como um benfeitor!
Ao
ouvir tais palavras prorrompeu com altivez a filha de Gamaliel:
-
Como queres, então, ó César!, atirar sobre o nosso Deus, sobre o Deus dos
Judeus, o libelo de ladrão? Lembra-te de que ele furtou de Adão uma costela, e
deixou, em troca, uma linda e dedicada esposa!
* * *
Gostaram desses três contos? Então comentem, compartilhem e comprem o livro. :)
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Amei os contos,ainda mais o DEUS É LADRÃO.
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